Sagração do Moedeiro

Na Idade Média, o privilégio de moedagem pertencia ao rei, ao poder eclesiástico e aos senhores feudais. O encarregado de trabalhar a moeda, desde a sua concepção até a cunhagem, passou a ser conhecido como moedeiro.

Os antigos romanos costumavam agrupar os artistas em colégios, a fim de que fossem desenvolvidas as aptidões. Essa medida alcançou extraordinários resultados, sendo adotada por outros povos, inclusive na Idade Média, daí originando-se as Corporações de Artes e Ofícios. A França reuniu, no princípio do século XII, pela primeira vez, em uma corporação, os artistas-moedeiros. Surgiu, então, a Corporação dos Moedeiros, que rapidamente se espalhou pela Europa.

Os integrantes da corporação eram sagrados cavalheiros. Eles tinham alguns privilégios, como não obrigatoriedade de ir à guerra, isenção de pagamento dos impostos municipais, direito a tribunal próprio e prisão especial.

O moedeiro era admitido por meio de cerimonia conhecida como Sagração do Moedeiro. Com um capacete e de joelhos, ele prestava juramento sobre os santos evangelhos. E recebia o grau que lhe era conferido por meio de duas leves pancadas sobre o capacete, com uma espada reta. Essas pancadas significavam “fé e lealdade” e “dedicação ao trabalho”.

Fonte: Livro “Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História, 1694/1984”.