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Análise do contexto

Dois indicadores econômicos importantes estiveram em alta em 2015 e 2016: a inflação e as taxas de juros. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a evolução da inflação, chegou a 10,67% ao fim de 2015; em 2016, o índice ficou em 6,28%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como tentativa de conter o avanço inflacionário, o Banco Central promoveu sucessivos aumentos da taxa básica de juros da economia, que começou 2015 em 11,65% e chegou a 14,15% efetiva em julho daquele ano. Em 2016, duas reduções foram aprovadas, em outubro e novembro.

Além disso, em 2014, 2015 e 2016 o Banco Central enfrentou restrições orçamentárias, o que repercutiu na redução na quantidade de cédulas e moedas a serem produzidas. O resultado foi uma contração no faturamento advindo da produção do meio circulante. Em vista dessas perspectivas, a Casa da Moeda adotou uma estratégia para minimizar os impactos decorrentes do cenário negativo. Com a projetada queda na produção das fábricas de cédulas e de moedas, a compra de insumos foi reduzida e os estoques foram adequados à demanda. Os contratos com fornecedores foram revistos, em busca de possíveis renegociações de valores e condições, e os novos parâmetros de demanda de materiais foram informados aos setores contratantes. De modo a reduzir despesas de custeio, também foram impostos limites para gastos com horas extras (autorizadas apenas em casos de necessidade extrema) e houve limitação no número de cargos e funções comissionadas. Os esforços de melhoria de controles para a gestão do fluxo de caixa da empresa contribuíram para uma redução do endividamento financeiro da ordem de R$ 50 milhões, em agosto de 2015, seguida por outra redução de R$ 50 milhões, em outubro de 2016. Essa redução do endividamento contribuiu para uma diminuição do custo financeiro da CMB na ordem de R$ 10 milhões.

Transporte de material em uma das fábricas: estoques adequados à baixa demanda

Com a projetada queda na produção das fábricas de cédulas e de moedas, foi recomendada a redução da compra de insumos e os estoques foram adequados à demanda

Estratégia e perspectivas [GRI G4-2]

As atividades que a Casa da Moeda exerce em caráter de exclusividade – como a produção do meio circulante nacional, de selos postais e fiscais e das cadernetas dos passaportes brasileiros – implicam um compromisso permanente da entidade com seus principais clientes no setor público. Entretanto, a busca pela diversificação da carteira de produtos e pelo desenvolvimento de novos mercados também é constante, para aproveitar ao máximo sua capacidade instalada e diminuir a dependência em relação aos clientes mais representativos no governo federal, o Banco Central e a Receita Federal do Brasil.

Os grandes investimentos em tecnologia efetuados entre 2009 e 2013 garantiram a atualização do parque industrial. Também de acordo com a estratégia de ampliar a diversificação do portfólio de produtos e serviços, em 2015 foram aplicados R$ 18 milhões em novos equipamentos e outros R$ 12,6 milhões em manutenção e adequação das instalações.

O gráfico abaixo mostra que, desde 2010, também se verifica a elevação do faturamento proveniente de serviços.

Evolução do faturamento bruto R$ milhões

Os grandes investimentos em tecnologia efetuados entre 2009 e 2013 garantiram a atualização do parque industrial

Notas de 100 pesos argentinos: exemplo de produto de exportação da Casa da Moeda

A Diretoria de Cédulas e Moedas se concentra no atendimento ao cliente principal (Banco Central) e busca também a prospecção de clientes no exterior. A Diretoria de Selos atua na internalização da tecnologia de rastreamento da cadeia produtiva de produtos como cigarros e bebidas frias. Para isso, investe na revisão de processos internos de capacitação e em projetos conjuntos com universidades e centros de pesquisa. Já a Diretoria de Passaportes e Impressos trabalha em prol do aumento de sua competitividade para conquistar clientes em segmentos nos quais não há monopólio da CMB.

Quanto aos negócios no mercado exterior, em 2015 e 2016 a CMB produziu 167,8 milhões de cédulas de 100 pesos para a Argentina.